Em sua ansiedade para socorrer Leocema, Mario
deixou de pensar em um fato que ele mesmo corria perigo e que também fazia
parte do mistério, porque Rosália e Omar jamais revelariam um segredo tão
grande a troco de nada.
Mario sai correndo em disparada. A Diretora
Leocema não está na escola, então ele vai até a sua casa com a intenção de
salvá-la de tamanho perigo, a casa não fica muito longe apenas uns quatro
quarteirões da escola, Mario se chocou em várias pessoas no seu percurso mais
não desiste do seu objetivo, enfim chega a casa da diretora, para no portão da
casa que agora Mario observa, parece grande e sombria Mario toca a campainha e
sente um forte pressentimento, de repente
ele acha melhor ir embora, mas já é tarde a própria Leocema abre a
porta.
-Entre Mario, estava te esperando. Fala Leocema
com um rosto irônico, Mario logo fica intrigado e responde:
- Como sabe que viria?
-Não sei apenas senti.
Mario ainda intrigado entra na casa e senta-se
no sofá e logo começa a falar sobre suas preocupações em relação a segurança da
diretora gaguejando de tanto pavor.
_-E-eu, não sei o que está acontecendo, mas
acredito que a senhora corre perigo, eu já nem sei porque, depois de tanto
mistério eu já não sou mais o mesmo estou com muito medo, mas não pude deixar
de vir avisa-la, acredito que Omar e a maldita da velha Rosália vão tentar matá-la!
- Mario eu já sei! Grita Leocema histérica.
- Como você sabe?
-Mario, desde o começo eu já sabia de tudo ou
você acha que é apenas uma coincidência eu ser tão próxima a espíritos, o maior
perigo quem corre aqui é você que não sabe onde meteu-se com sua curiosidade, a
curiosidade matou o gato você não sabe querido Mario?
De repente tudo escurece e com um barulho muito
forte quando a claridade volta que Mario consegue abrir os olhos, ele já não
estava na sala da casa da diretora e sim em uma sala cheia de velas vermelhas
com uma decoração escassa, mas sombria, quando ele olha para trás lá estavam os
três Leocema, Rosália, e Omar, todos vestidos de preto.
-Onde estou? Grita Mario assustado.
- No fim de sua vida! Revela Rosália com uma
risada estridente.
-Porque eu?
- Desde o começo devia ser, você foi escolhido,
um espírito de luz capaz de nos salvar de séculos de trevas! Esclarece a velha Rosália.
Mario com os olhos cheio de lágrimas pergunta ao professor Omar.
-Porque você me enganou? Eu te admirava...
- Mario a muito eu perdi tudo, preciso de paz,
preciso libertar meu espirito desse plano e para isso preciso que você MORRA! Grita
Omar. Mario não consegue conformar-se e pergunta a Leocema.
- E você desde o começo foi tudo encenação
barata?
-Mario, me envolvi com os espíritos errados e
tenho uma dívida com Rosália a qual ela está me cobrando muito caro, minha vida
está sendo perturbada e preciso me libertar, mesmo a custo de sua vida.
-Vocês não vão me matar, não quero saber se são
espíritos, pessoas entidades, não vou morrer! Mario tenta correr, mas é tarde,
Leocema já havia preparado tudo, agarrou o pobre menino e o amarrou no centro
do cômodo em uma cadeira e o amordaçou, parecia que estava possuída de uma
força maligna, Mario derrama uma lagrima solitária e observa no canto Rosália
entregar uma adaga a Leocema.
- Você que deve mata-lo! Fala Rosália. Leocema
responde imediatamente.
- Não sei se vou conseguir... Leocema se altera
e chora muito, Omar que estava recuado se junta aos demais e fala friamente com
Leocema.
- Não vai conseguir? E o nosso trato? Você tem
que conseguir essa é sua missão para isso que você está nesse mundo ainda.
Quando Leocema levanta a adaga houve-se um
estrondo na porta, muito barulho, gritos uma grande confusão e ela em meio a
seu estranho transe consegue escutar um grito, logo que Mario saiu da escola, a
vice-diretora o seguiu e ligou para policia.
-Nããããããão! O delegado e a policia já estavam
dentro da casa, e tinham invadido o cômodo, mas já era tarde, Leocema em meio a
tamanha confusão sequer viu, mas já tinha cravado a adaga na garganta do pobre
menino. Quando ela conseguiu olhar para cena Mario estava agonizando, o sangue
em suas mãos ela não sabia como tinha conseguido aquilo, o delegado olhou para
ela sozinha com Mario na sala já sem nenhuma chance de vida e por um momento
desabou.
-Leo, nem eu vou poder te livrar da prisão, o
que você fez? Você o matou e com diversas testemunhas, eu os policiais, a vice-diretora.
Leocema chora e começa a choramingar frases desconectas e apontar para o vazio.
-Foram eles, era minha missão….
-Mas ela estava sozinha com o corpo de Mario, e
não havia mais nada para ser feito, o delegado a retirou da cena do crime,
tomou as devidas providências para levar Mario
ao hospital mesmo que sem vida é o procedimento padrão, Leocema como foi
pega em flagrante logo foi para a penitenciaria feminina e teve sua vida
destruída por deixar-se enganar, ficou totalmente louca e suicidou-se. Dois
dias depois no enterro de Mario a escola estava toda reunida todos choravam com
tanta desgraça e se perguntavam onde está Omar. Após o enterro Tina seguiu para
escola e ao entrar na sala de Leocema achou o
maldito livro estendido em sua mesa aberto já esperando despertar a
curiosidade de algum pobre desgraçado, mas ela já amargurada com tudo que
aconteceu fechou o livro e o queimou, acabando com todo o ciclo de horrores que
essa maldição causou... E Omar e Rosália até hoje, 20 anos depois de tudo que
aconteceu todos os que viveram perguntam o que aconteceu com os dois, o que
ninguém nunca soube é que o segredo que livro continha era a destruição dos
dois e quando o livro foi destruído os dois foram juntos.
Valéria Gonçalves